Seu Pedro diz que o artesanato entrou na sua vida por acaso Foto: Fábio Bueno/ Museu do Folclore |
Meio artesão, meio inventor. É assim que
Pedro Galvão de Moura, 67 anos, se reconhece e se identifica, ao criar tudo o
que sua imaginação permite, utilizando material reciclável (principalmente
lata). Boa parte do que produz é em miniatura. São aviões feitos com lâmpadas
de emergência, charretes, cata-ventos, maquetes de ponto de ônibus e de casas,
além de utensílios de cozinha, como panelas de pressão.
Apesar de ter nascido em São Luiz do
Paraitinga, no Vale do Paraíba, Pedro Galvão veio para São José dos Campos com
poucos meses de idade, Por isso, já se considera um joseense. Na fazenda onde
cresceu aprendeu os ofícios da roça e só aos 14 anos começou a frequentar uma
escola. Apesar disso, pegou gosto pelo estudo, mas nunca deixou a brincadeira
de lado.
Confira no vídeo um pouco mais sobre a sua história
O artesanato entrou em sua vida por acaso e quando já era adulto, ao ganhar da sua mulher uma miniatura de panela de pressão, feita de lata. “Você faz muito melhor que isso, não faz?”, perguntou ela. Mesmo achando que não compensava perder tempo com aquilo, aceitou o desafio e logo descobriu o quanto era criativo. “Hoje já fiz mais de mil dessas panelinhas”, diz ele.
Seu Pedro, como
é conhecido, estará domingo (10) no Museu do Folclore de São José dos Campos, ao
lado de outros representantes da cultura popular regional, participando do
programa Museu Vivo. Além dele, também vão mostrar seus saberes a aposentada
Maria Aparecida Fonseca Ribeiro (culinária) e os violeiros Gevaldo Correia dos
Santos e Geraldo Candido (música). A atividade é aberta ao público e acontece
das 14h às 17h.
Música
entre família
Gevaldo vai mostrar seu saber na música Foto: Fábio Bueno/Museu do Folclore |
Foi no estado do Paraná que o sergipano
Gevaldo Correia dos Santos, 60 anos, conheceu e desenvolveu seu gosto pela música
caipira. Aprendeu a tocar em meio ao convívio da família, formada por 10 homens
e 4 mulheres. Seu pai era agricultor e também tocava, tanto com os filhos como
com amigos, na área rural de São João de Ivaí (PR).
“Eu comecei a tocar lá e aprendi mais um
pouco aqui em São José, com meu amigo do Jardim Americano”, conta Gevaldo. O
amigo é Geraldo Cândido da Silva, 68 anos, que participará com ele do ‘Museu
Vivo’, juntamente com outro amigo, o Zé, de São Francisco Xavier, além do seu
irmão José Aparecido dos Santos. Geraldo é mineiro de Paraisópolis e de família
onde todos cantam e tocam alguma coisa.
Participativa
Maria Aparecida vai fazer sequilho Foto: Fábio Bueno/Museu do Folclore |
Maria Aparecida Fonseca Ribeiro, 70
anos, a Cida ou Cidinha, como gosta de ser chamada, volta a participar do
‘Museu Vivo’ deste domingo, para mostrar, mais uma vez, sua sabedoria na
culinária. Ela vai fazer sequilho de amido de milho. “Gosto de cozinhar o
trivial e não tenho receitas complicadas”, diz ela. Cida nasceu e mora em
Paraibuna, onde, apesar de já estar aposentada, participa de muitas atividades.
“Atualmente sou aposentada, mas já vivi
e passei de um tudo na vida. Desde 2013 participo ativamente das atividades da
Fundação Cultural de Paraibuna. Iniciei na Comissão de Artes Cênicas e, há três
anos, participe da Comissão de Arquivo e Patrimônio Histórico. Também faço
parte do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal”, conta Cida.
Valorização
O programa Museu Vivo é realizado pelo
Museu do Folclore há mais de 20 anos e seu principal objetivo é valorizar e dar
visibilidade aos saberes daqueles que representam a cultura popular regional. A
atividade acontece todo domingo à tarde na área externa do museu, reunindo
‘fazedores’ nas áreas de artesanato, culinária e música.
O Museu do Folclore é ligado à Fundação
Cultural Cassiano Ricardo e sua gestão é feita pelo Centro de Estudos da
Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com
sede em São José dos Campos.
Museu
do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade
– Santana
(12) 3924-7318 – www.museudofolclore.org