Florianópolis tem o maior número de rendeiras do sul do Brasil |
A exposição também contempla a participação do Museu do Folclore na 6ª Semana Primavera dos Museus, organizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e que este ano tem como tema 'A função social dos museus'. A programação acontece de 24 a 30 de setembro em 800 museus e outras instituições culturais de 364 municípios brasileiros e, pela primeira vez, também da Espanha.
Além
de peças em rendas, a exposição também terá paineis explicativos e uma
documentação audiovisual das rendeiras de Florianópolis. Duas delas
participarão da abertura da exposição no dia 15 (sábado à tarde) e de uma atividade
especial do Programa Museu Vivo no dia 16 (domingo), com a presença de
rendeiras, tricoteiras e crocheteiras de São José dos Campos. A intenção é prestigiar
e valorizar as artistas locais e proporcionar uma oficina com as rendeiras de
Florianópolis.
Durante
todo o período de exposição, o público interessado em adquirir alguma renda de
bilro poderá se dirigir à Vendinha do Museu do Folclore, onde serão
disponibilizadas peças para aquisição. “Esta é a primeira de muitas exposições
que pretendemos realizar em parceria com o CNFCP”, enfatizou Angela Savastano,
presidente do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), responsável pela
administração do Museu do Folclore.
Contexto cultural
Florianópolis
reúne o maior número de rendeiras do sul do Brasil, descendentes das famílias
açorianas que ocuparam a antiga Vila do Desterro, na Ilha de Santa Catarina. A
renda de bilros é uma atividade exercida em Florianópolis desde o século 17 e é
inegável sua importância no contexto cultural da cidade.
Os
bilros são pequenas bobinas de madeira, geralmente preparadas e torneadas pelos
maridos ou parentes das rendeiras. Para armar a renda são utilizadas almofadas
em formato de cilindro, feitas de tecido de algodão e recheadas com capim de
colchão (‘barba de velho’), palha de bananeira, serragem ou, ainda, esponja
sintética. E estas almofadas, por sua vez, são apoiadas em caixas de madeira ou
cavaletes, também chamados de cangalha.
Proposta
A
Sala do Artista Popular, criada em maio de 1983, é um espaço destinado à
difusão da arte popular, levando ao público objetos que, por seu significado
simbólico, tecnologia de confecção ou matéria-prima empregada, são testemunho
do viver e fazer das camadas populares. Nela rendeiras expõem seus trabalhos,
estipulando livremente o preço e explicando as técnicas aplicadas na confecção.
Serviço: Museu do Folclore / Sala das Panelas – Avenida Olivo Gomes, 100,
Parque da Cidade, Santana. Informações: 3924-7318 ou Centro Nacional de Folclore
e Cultura Popular (CNFCP).