quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Museu do Folclore realiza exposição temporária de Rendas de Bilro de Florianópolis

Florianópolis tem o maior número
de rendeiras do sul do Brasil
O Museu do Folclore, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR), em parceria com o Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) e o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), realizará de 15 de setembro a 14 de outubro, uma exposição temporária de Rendas de Bilro de Florianópolis (SC). A mostra faz parte do Programa Sala do Artista Popular do CNFCP e estará aberta ao público na Sala das Panelas, no mesmo horário de funcionamento do Museu do Folclore. A entrada é gratuita.

A exposição também contempla a participação do Museu do Folclore na 6ª Semana Primavera dos Museus, organizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e que este ano tem como tema 'A função social dos museus'. A programação acontece de 24 a 30 de setembro em 800 museus e outras instituições culturais de 364 municípios brasileiros e, pela primeira vez, também da Espanha.


Além de peças em rendas, a exposição também terá paineis explicativos e uma documentação audiovisual das rendeiras de Florianópolis. Duas delas participarão da abertura da exposição no dia 15 (sábado à tarde) e de uma atividade especial do Programa Museu Vivo no dia 16 (domingo), com a presença de rendeiras, tricoteiras e crocheteiras de São José dos Campos. A intenção é prestigiar e valorizar as artistas locais e proporcionar uma oficina com as rendeiras de Florianópolis.

Durante todo o período de exposição, o público interessado em adquirir alguma renda de bilro poderá se dirigir à Vendinha do Museu do Folclore, onde serão disponibilizadas peças para aquisição. “Esta é a primeira de muitas exposições que pretendemos realizar em parceria com o CNFCP”, enfatizou Angela Savastano, presidente do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), responsável pela administração do Museu do Folclore.

Contexto cultural

Florianópolis reúne o maior número de rendeiras do sul do Brasil, descendentes das famílias açorianas que ocuparam a antiga Vila do Desterro, na Ilha de Santa Catarina. A renda de bilros é uma atividade exercida em Florianópolis desde o século 17 e é inegável sua importância no contexto cultural da cidade.

Os bilros são pequenas bobinas de madeira, geralmente preparadas e torneadas pelos maridos ou parentes das rendeiras. Para armar a renda são utilizadas almofadas em formato de cilindro, feitas de tecido de algodão e recheadas com capim de colchão (‘barba de velho’), palha de bananeira, serragem ou, ainda, esponja sintética. E estas almofadas, por sua vez, são apoiadas em caixas de madeira ou cavaletes, também chamados de cangalha.

Proposta

A Sala do Artista Popular, criada em maio de 1983, é um espaço destinado à difusão da arte popular, levando ao público objetos que, por seu significado simbólico, tecnologia de confecção ou matéria-prima empregada, são testemunho do viver e fazer das camadas populares. Nela rendeiras expõem seus trabalhos, estipulando livremente o preço e explicando as técnicas aplicadas na confecção.

Serviço: Museu do Folclore / Sala das Panelas – Avenida Olivo Gomes, 100, Parque da Cidade, Santana. Informações: 3924-7318 ou Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP).