Adriana, durante atividade voluntária na biblioteca do museu
O
trabalho voluntário em organizações sociais do terceiro setor é uma realidade
em todo o Brasil e algumas de suas características, como desprendimento, boa
vontade e compromisso são marcantes nas pessoas que se propõem a executá-lo. No
Museu do Folclore de São José dos Campos, gerido pelo CECP (Centro de Estudos
da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, a
prática é bastante conhecida e realizada com uma certa frequência.
Nos
últimos cinco meses, por exemplo, mesmo com a pandemia da covid-19, três novas
voluntárias se juntaram à equipe do museu. “O trabalho voluntário é uma ação
onde todos os envolvidos se beneficiam. Quem o realiza aprende e ganha
experiência. E para nós ele é muito positivo, pois passamos a contar com uma
pessoa dedicada, com força de vontade e compromissada”, enfatiza a gestora do
Museu do Folclore, Francine Maia.
Segundo
definição do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), trabalho
voluntário é aquele não compulsório, realizado pelo menos uma hora por semana,
que visa produzir bens ou serviços a terceiros, sem que o autor receba nenhuma
remuneração, em dinheiro ou benefícios. De acordo com a última pesquisa
realizada pelo órgão, 6,9 milhões de pessoas realizaram algum tipo de trabalho
voluntário em 2019 (os números de 2020 ainda não foram divulgados).
Biblioteconomia
A
joseense Adriana Gonçalves Garcia de Moraes, 51 anos, casada, começou a
trabalhar no Museu do Folclore em novembro do ano passado, como estagiária não
remunerada. Ela atua diretamente na Biblioteca Maria Amália Corrêa Giffoni,
especializada em cultura popular, e em julho deste ano deve concluir o curso de
biblioteconomia, no Centro Universitário Claretiano.
“Eu
não conhecia a biblioteca do museu e nunca havia utilizado nenhum dos seus
serviços, mas quando me ofereci para ser voluntária, sabia que realizaria um
trabalho diferenciado de outras bibliotecas que já conheci. Ela tem um acervo
considerável e por isso a vejo como o coração do museu, onde fica arquivado
todo o trabalho desenvolvido nesses anos todos sobre o folclore da região”,
destaca Adriana.
Adriana
já realizou trabalho voluntário na Mitra Diocesana de São José, na pastoral da
comunicação, e na Obra Social Nossa Senhora dos Pobres, onde atuou na
coordenação de cursos de artesanato e cooperou com a organização e trabalhos da
instituição. “Gosto de prestar minha solidariedade, compartilhando
conhecimentos e auxiliando os menos favorecidos”, afirma.
Futura museóloga
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Clarissa está cursando museologia
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Morando
em São José dos Campos desde dezembro do ano passado, a carioca Clarissa
Ribeiro, 39 anos, casada, se integrou à equipe do museu em janeiro deste ano.
“Estou cursando museologia na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro) e pretendo terminar o curso no mês que vem. Escolhi esta área pela
paixão que sempre tive por museus e a curiosidade pelos seus acervos”, explica.
Ela
diz que escolheu ser voluntária no Museu do Folclore porque realiza projetos
relacionados ao folclore há dois anos. “Em um deles uma professora comentou
sobre a folclorista Angela Savastano e a existência do museu. Quando soube que
iria mudar para São José, pesquisei mais e entrei em contato com a equipe.
Estou adorando a experiência e aprendendo muito”, atesta Clarissa.
Clarissa
conta que ainda realiza um outro trabalho voluntário, no Nugep (Núcleo
Multidimensional de Gestão do Patrimônio e de Documentação em Museus), da
Unirio, onde elabora um manual para marcação e registro de objetos de arte
popular. “Gosto muito de ser voluntária. Infelizmente ainda não consegui uma
posição na área, mas o trabalho voluntário me mantém atualizada e na vivência
da museologia”, destaca.
Protagonismo
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Marcela, a primeira da esquerda |
A
maranhense Marcela de Souza Silva, 32 anos, solteira, já conhecia o Museu do
Folclore pelas redes sociais e diz admirar muito o trabalho realizado por aqui,
principalmente com os artesãos. “O museu tem uma relação de muito respeito com
eles e os considera verdadeiros protagonistas de suas sabedorias”, afirma.
Marcela está morando em São José há um ano e meio e desde fevereiro realiza
trabalho voluntário no museu.
Ela
conta que, no Maranhão, onde sempre realizou trabalho voluntário, ainda
continua ajudando a comunidade do Sítio Tamancão, em São Luís do Maranhão,
junto ao projeto Maricotas Tamanqueiras, agora de maneira virtual. O projeto
estimula o artesanato de bonecas em cerâmica, feita por mulheres da comunidade.
Atualmente, Marcela está cursando Ciências Sociais na Universidade Federal do
Maranhão.
Procedimento
Para
realizar algum trabalho voluntário no Museu do Folclore o interessado pode
enviar um currículo para o e-mail contato@museudofolclore.org
ou entrar em contato pelo telefone 3924-7318.
Museu do Folclore de
SJC
Av.
Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318 / www.museudofolclore.org