Figuras de papel e goma feitos pela artista popular em sua casa Foto: Charles de Moura/PMSJC |
O Museu do Folclore de São José dos
Campos realiza a partir do dia 21 de maio a exposição temporária “Meu mundo é
de papel”, da artista popular Eunice Coppi, mineira da cidade de Sabará. A exposição
terá 163 figuras feitas de papel e goma (de polvilho azedo), pintadas com tinta
látex e verniz (usado no acabamento). Cada figura representa um personagem
caracterizado com roupas, sapatos e enfeites. A mostra é gratuita e poderá ser visitada
até o final de julho.
A exposição está inserida na
programação da 15ª Semana de Museus, promovida anualmente pelo Instituto
Brasileiro de Museus (Ibram), em celebração ao Dia Internacional de Museus (18
de maio). Ao todo, participam da programação 1.070 museus e instituições de
memória de todo o Brasil. O tema deste ano é: ‘Museus e histórias controversas:
dizer o indizível em museus’.
Lembranças da infância
Eunice entre várias figuras produzidas por ela Foto: Charles Moura/PMSJC |
Segundo Eunice, suas figuras retratam
personagens e objetos do tempo da sua infância e também das manifestações
folclóricas (como a Congada, por exemplo) que acompanhou durante o tempo que
frequentou o Projeto Piraquara, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR),
onde aprendeu a técnica de empapelamento.
“Minha inspiração para fazer as figuras
de papel (que medem de 30 cm a 1,5 m) veio dessas experiências no Piraquara,
onde aprendi a fazer os bonecões. Depois de um tempo resolvi criar figuras
menores usando os mesmos materiais, menos a taquara. Já faz mais de 20 anos que eu faço esse trabalho”, conta Eunice. Antes disso suas figuras eram feitas de argila.
Eunice durante confecção de uma das figuras Foto: Charles Moura/PMSJC |
Três espaços
A exposição estará distribuída em três
espaços do Museu do Folclore: na Sala Brasil ficarão figuras representando uma
roda de capoeira, com exibição de vídeo sobre o tema; na Sala das Tecnologias
serão colocadas figuras retratando um grupo de Congada, com exibição de um
mini documentário sobre a artista; e no espaço do presépio (área externa)
figuras de um festejo.
Para a museóloga do Museu do Folclore,
Ana Silvia Bloise, responsável pela curadoria da exposição, “as figuras de
Eunice são movimento, expressão, coloridas e repletas de detalhes curiosos que
atraem o nosso olhar”. “Conhecer um pouco do seu trabalho por meio dessa
exposição será um privilégio para todos nós”, destaca.