Dois anos depois de ter seus trabalhos expostos
no Museu do Folclore de São José dos Campos, no período de maio a julho de
2017, a artista popular Eunice Coppi volta a participar de uma atividade no
local. Eunice é uma das convidadas do programa Museu Vivo deste domingo (26),
ao lado de outros representantes da cultura popular regional nas áreas de
culinária e música. A atividade é aberta ao público e a última do mês de maio.
Esta é a segunda vez que a artista
mostra sua criatividade e compartilha seus saberes durante uma edição do Museu
Vivo. A primeira foi em julho de 2017, ao final da exposição temporária ‘Meu
mundo é de papel’. As figuras criadas por Eunice são feitas de papel e goma (de
polvilho azedo), pintadas com tinta látex e verniz (no acabamento), muitas
delas reproduzindo manifestações folclóricas.
Eunice mora em São José dos Campos há mais de 40
anos, é casada e tem três filhos (já adultos). Ela cresceu na roça e trabalhou
na casa de conhecidos quando era criança. Aprendeu a fazer brinquedos de barro
e palha de milho com uma senhora chamada Inácia, amiga da sua avó, Maria da
Conceição. “Minha vó foi muito importante na minha vida e meu marido Geraldo é
meu grande incentivador”.
Cuscuz
de frango
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| Dona Sofia vai fazer cuscuz de frango Foto: Fábio Bueno |
“Minha mãe cozinhava muito bem e foi com ela e
minhas avós que eu aprendi a fazer muita coisa. Minha mãe sabia fazer arroz
doce, doce de abóbora, broa, biscoito de polvilho, cuscuz e vários outros
pratos”. A fala é da mineira Sofia de Faria Ramos, que também já participou do
Museu Vivo outras vezes, fazendo paçoca e doce de leite. “Neste domingo vou
fazer cuscuz de frango”.
Ela conta que, além de cozinhar, também aprendeu a
costurar e bordar com a sua mãe. “Hoje ninguém quer ter trabalho de fazer
certas coisas, principalmente na cozinha. Em Candelária, onde nasci, minha
família fazia quase tudo em casa. Para fazer paçoca, por exemplo, a gente usava
pilão para socar o amendoim, que era plantado e processado na nossa terra”,
destaca Sofia.
Uma dupla conhecida
| A dupla de violeiros Minuano e Hawai Foto: Chico Abelha |
Na área musical, a dupla deste domingo é bastante conhecida
dos frequentadores do Museu Vivo, pois da mesma forma que as outras duas
convidadas, já participou de edições anteriores do programa. Benedito Moreira
(empreiteiro) e José Ramos (servidor público) formam a dupla de violeiros
Minuano e Hawai. Eles cantam juntos há mais de dez anos.
Os dois têm histórias parecidas com relação aos seus saberes
musicais. Eles aprenderam a tocar seus instrumentos com integrantes da família.
“Meu tio era violinista e eu me inspirei nele para cantar. Ele também tinha um
violão, mas não gostava que eu mexesse nele. Quando descobriu, concluiu que era
melhor me ensinar, para eu não estragar o instrumento”, conta Benedito.
Exposição e gestão
Além do Museu Vivo, as exposições (de longa duração e
temporária) do Museu do Folclore também podem ser visitadas no domingo, no
mesmo horário. O museu foi criado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo em
1987 e, atualmente, é gerido pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP),
organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José.
Museu do Folclore de
SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade – Santana
(12) 3924-7318 / www.museudofolclore.org

