sexta-feira, 7 de junho de 2019

Museu Vivo tem as mesmas atrações da edição que não pode ser realizada por conta da chuva

Darci Xavier mostra os biscoitos de polvilho
O Museu do Folclore de São José dos Campos realiza, neste domingo (9), das 14h às 17h, mais uma edição do programa Museu Vivo. As atrações são as mesmas que foram convidadas para o último domingo (2), quando a atividade não pode ser realizada por conta da chuva: Darci Xavier de Almeida (culinária), Jairo Célio Nogueira (técnica de construção de ferramenta) e Benedito Braz da Silva (música).

Darci Xavier, 74 anos, vai compartilhar seu saber ao fazer um biscoito de polvilho, que ela apelidou de ‘biscoito beliscão’. “A medida de cada biscoito é um ‘beliscão’ que dou na massa, por isso ele ganhou este nome. Além disso, a medida também pode parecer pequena, mas é na cozinha que a ‘mágica’ acontece e o biscoito cresce”, diz a mineira de Montes Claros.

Darci trabalhou na lavoura da família e aprendeu a culinária caipira sozinha, usando os ingredientes que tinha em casa, experimentando tudo o que podia. Hoje, sabe fazer rocambole de mandioca, bolo cremoso de fubá, cuscuz doce e geleias. “Gosto de alimentos frescos e faço questão de fazer tudo natural, em casa mesmo”, diz ela.

Pá de lata

Jairo Célio Nogueira
“Eu observava o pessoal da limpeza pública utilizando a ferramenta no dia-a-dia e resolvi desenvolver a minha própria técnica para fazer uma igual”. A afirmação é do joseense Jairo Célio Nogueira, 43 anos, que desenvolveu uma técnica de construção de ferramenta e fez uma pá feita de lata.

Os saberes populares são de família e fazem parte da história de vida de Jairo. Seu pai trabalhou em olaria e sua mãe bordava em panos de prato e usava plantas medicinais. Até hoje, Jairo guarda em sua casa a máquina de costura do seu avô. “Eu me lembro do tempo que minha família se reunia para fazer paçoca e pamonha. Era muito bom”, conta ele.

Silvio Silvinho

Benedito Braz da Silva
O nome é da dupla de violeiros, formada há 50 anos, entre Benedito Braz da Silva, 70 anos, e os irmãos, que já faleceram. Hoje, o seu parceiro musical é o filho Abimael, 27 anos. “Eu sou do tempo de Tonico e Tinoco, Jacó e Jacozinho e tantos outros. Eles me inspiraram a aprender a tocar viola e a formar a dupla”, explica Silva.

Natural de Paraibuna, Silva viveu grande parte da sua vida no Sul de Minas. Ele conta que ‘nasceu cantando’ e que quando morava na roça, com a família, ouvia rádio e aprendeu a copiar os ritmos e letras das músicas. “No início, a gente tocava nos armazéns em troca de doce e refrigerante. Hoje, já temos CD lançado, músicas autorais e passamos a cantar música gospel também (com o filho). Tocamos até no exterior”.

Programa e gestão

O programa Museu Vivo é realizado aos domingos à tarde na área externa do Museu do Folclore, reunindo representantes da cultura popular regional, que compartilham seus saberes no artesanato, na culinária e na música. A atividade é aberta ao público e tem classificação livre.

O Museu do Folclore foi criado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo em 1987 e sua gestão é feita pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos.

Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade – Santana
(12) 3924-7318 / www.museudofolclore.org