O Museu Vivo de domingo (22) será especial. Como já aconteceu ano passado, a atividade será realizada durante a FLIM (Festa Literomusical do Parque Vicentina Aranha), que chega à sua 10ª edição. A vivência, em razão disso, terá a presença de 3 representantes da cultura popular na área do artesanato.
Todos já participaram de outras edições do Museu Vivo: Alex José Pinheiro (madeira), Ana Aparecida Lobo de Oliveira (fuxico) e Maria Alzira dos Santos (picote de papel), que tem alguns dos seus trabalhos na exposição de longa duração do museu, na Sala das Tecnologias.
O programa Museu Vivo propõe dar visibilidade a diferentes representantes da cultura popular da região, valorizando os seus saberes e fazeres por meio de vivências aos domingos à tarde. Os encontros são abertos ao público e ocorrem das 14h às 17h na área externa do museu. Na FLIM, a atividade acontecerá das 9h às 12h.
Artesanato em madeira
Alex José Pinheiro, 59 anos, é joseense e filho da artesã e artista popular e tem o artesanato por profissão. Desde criança vive o artesanato, sempre orientado por sua mãe, Terezinha Mariano, da Pousada do Vale, artesã e artista popular.
Aos 14, passou a trabalhar com desenho, tendo experimentado diversas técnicas e materiais, como bambu, macramê e couro. Atualmente, se dedica mais ao artesanato em madeira, técnica que aprendeu com seu sogro, José Antonio Sacilotti.
Além da madeira, Alex também faz serigrafia, desenho a mão livre, macramê, impressão em silk, sublimação, atividades manuais com couro, biscuit, costura e outros.
Fuxico
A também joseense Ana Aparecida Lobo de Oliveira, 57 anos (foto ao lado), faz artesanato de fuxico. Ela aprendeu a técnica aos 8 anos de idade, observando como seus avós faziam. Hoje, ela produz bolsas, caminhos de mesa, corrente de óculos, estandartes e uma grande variedade de peças.
“Naquela época não tinha tecido de retalho para vender e utilizávamos os restos de roupa própria”, conta ela. Bastante dinâmica, Ana já participou de muitas feiras para mostrar e vender o seu trabalho, fortalecendo ainda mais a prática de fazer fuxico.
Picote
Nascida em São José da Boa Vista (PR), Maria Alzira Rosa, 71 anos (foto ao lado), domina a técnica do picote e conta que aprendeu este tipo de artesanato observando sua mãe trabalhar com ela. “Apesar disso, nunca tive interesse em aprender, pois achava que ela só estava estragando papel”, diz ela.
Hoje, o picote é uma prática constante para Alzira e um meio de relaxamento. “Quando estou fazendo, não penso em nada”, confessa. Além dos picotes, Alzira também faz dobraduras e escreve poemas nas dobras.
Alzira foi certificada pela Comissão Paulista de Folclore pelo seu artesanato em papel e lembra que o Museu do Folclore teve uma influência importante para o reconhecimento da sua sabedoria.
Alguns dos seus trabalhos podem ser vistos na exposição de longa duração do museu e um pouco mais da sua história está contada no 22º volume da Coleção Cadernos de Folclore, “O Saber e o Fazer no Museu do Folclore”.
Gestão
Gerido pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), o Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo que funciona desde 1997 no Parque da Cidade. O CECP é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos.
- Museu do Folclore de SJC
- Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
- (12) 3924-7318 ou (12) 3924-7354
- www.museudofolclore.org